I CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍTICAS E SISTEMAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ACESSO HOSPITALAR E XI CONGRESSO INTERNACIONAL DA REDE BRASILEIRA DE COOPERAÇÃO EM EMERGÊNCIAS

I Congresso Brasileiro de Políticas e Sistemas de Atenção às Urgências e Acesso Hospitalar e XI Congresso Internacional da Rede Brasileira de Cooperação em Emergência

 

Os Direitos Humanos na Atenção às Urgências e no Acesso Hospitalar do SUS em Tempos de Coronavírus:

Pacientes e Profissionais no centro da crise e seus papeis na construção do futuro

 

Evento virtual de 6 a 12 de dezembro de 2020

 

I Fórum Latinoamericano de Políticas y Sistemas de Atención a las Urgencias y Acceso Hospitalario I International Seminar on Complex Adaptive Systems applied to Emergency and Hospital Care Research

Saudação do Bispo Referencial da Pastoral Nacional da Saúde da CNBB, Dom Roberto Paz. 

XI Congresso Internacional da Rede Brasileira de Cooperação em Emergências – RBCE se desenvolverá no marco dos seus 25 anos de fundação e de suas importantes conquistas na concepção e implementação das Políticas e Redes de Atenção às Urgências no processo de consolidação do SUS.

Como parte da afirmação do nosso trabalho decidimos convocar através de um conjunto de parcerias institucionais o I Congresso Brasileiro de Políticas e Sistemas de Atenção às Urgências e Acesso Hospitalar, como forma de ampliar nossa presença e contribuições ao debate acadêmico e político do Sistema de Saúde, ao mesmo tempo em que convocamos uma maior presença da cidadania na forma dos pacientes – usuários e dos trabalhadores e profissionais da saúde, dialogando com prestadores e gestores dos sistemas territoriais, redes e serviços; instituições de controle publico; parlamentares; instituições formadoras dos profissionais de saúde e instituições de pesquisa .

Os usuários e trabalhadores da saúde são atores fundamentais neste processo, pois não apenas são a essência do existir do Sistema de Saúde ao representar e atender a cidadania em dialogo direto com suas necessidades, como também se fazem representar como conselheiros municipais, estaduais e nacionais de saúde e de assistência social, e atuam como mobilizadores na formulação, aprovação e implementação de políticas sociais que fortaleçam o SUS e o SUAS e assegurem os direitos da população e dos trabalhadores do setor. Por isso gostaríamos de contar com as e os Usuari@s e seus Familiares, Trabalhadoras e Trabalhadores da Saúde na convocatória e participação ativa dos processos deste I Congresso.

O I Congresso Brasileiro de Políticas e Sistemas de Atenção às Urgências e Acesso Hospitalar compartilharia seu Tema Central com o XI Congresso Internacional da RBCE: ‘’Os Direitos Humanos na Atenção às Urgências e no Acesso Hospitalar do SUS em Tempos de Coronavírus: Pacientes e Profissionais no centro da crise e seus papeis na construção do futuro’’. 

Através de consultas às varias instituições compreendidas no escopo do Congresso proposto estamos tratando de compor o documento de convocatória, o temário do Congresso e suas modalidades como processo e finalmente como evento de convergência na semana entre 6 e 12 de dezembro de 2020.

Até o momento tivemos a manifestação de interesse em participar por parte das Pastorais Sociais da CNBB, da CNTSS / CUT, da ISP – Internacional de Serviços Públicos / Brasil, do Movimento Nacional de Direitos Humanos, do Fórum Social da Saúde e da Seguridade Social, de pesquisadores da FIOCRUZ RJ, PE, CE e AM, da UFBA, UFRGS, UNISINOS.

Estamos em conversações com a AMPASA – Associação do Ministério Publico da Saúde, com as associações hospitalares, com grupos de parlamentares, com sociedades de especialistas médicos, incluindo a ABRAMEDE, com conselhos de saúde e de assistência social.

A participação dos usuários e seus familiares busca colocar no centro do planejamento e administração do sistema de saúde as necessidades da população e assim fortalecer o controle social na incidência direta nos padrões a ser alcançados e mantidos no SUS, sempre buscando os melhores padrões de desempenho mundial na garantia dos direitos humanos e sociais em saúde.

Consequentemente avaliamos que seria uma essencial que o testemunho de usuários e trabalhadores permitisse uma incidência direta na construção de novas exigências nas condições e na organização da atenção aos pacientes e do trabalho em saúde, especialmente depois da dura experiência vivida no enfrentamento da Epidemia da COVID19.

Esperamos finalmente que a participação na convocatória e no desenvolvimento do processo do Congresso permita uma intervenção articulada dos Usuários e Trabalhadores no âmbito dos Conselhos de Saúde e da Assistência Social, como aliados fundamentais para construirmos as bases para uma Reforma Hospitalar do SUS e a garantia de tempos de espera e permanência adequados tanto na atenção básica e especializada quanto nas urgências e na atenção especializada -formando uma Aliança Cidadã.

O que solicitamos é essencialmente o seu apoio na divulgação deste convite e sua ativa participação no Congresso, mobilizando e participando de debates preparatórios sobre os temas aqui propostos e mandando seus testemunho na forma de vídeos curtos ou mensagens de áudio que registrem sua vivencia e suas ideias para transformar os serviços de urgência e os serviços hospitalares.

 RBCE denuncia desde 2007 a violação massiva dos direitos humanos na atenção às urgências e no acesso hospitalar. Denuncia feita em torno `a desassistência programada das populações através do sub ou desfinanciamento e da persistente insuficiência dos serviços que se manifesta nos Pronto-Socorros superlotados, nas filas de espera demoradas na atenção especializada e na insuficiência de leitos hospitalares e de rede distribuída de atenção básica em todo território nacional.

A RBCE lançou formalmente em 2011 sua Campanha Permanente em Defesa dos Direitos Humanos na Atenção às Urgências e no Acesso Hospitalar e em 2019 atualizou essa Campanha propondo duas bandeiras centrais de luta:

I ) pelo tempo máximo de 4 a 8 horas de permanência nos serviços da rede de atenção em urgências – para evitar as mortes e complicações evitáveis decorrentes dos tempos de permanência elevados e o consequente atraso nos diagnósticos e inicio dos tratamentos efetivos.

  1. II)por 4 leitos hospitalares por 1000 habitantes, para alcançar um mínimo de leitos efetivos que cubra a totalidade da população, garantindo a suficiência de leitos para condições agudas de urgência, de condições sub-agudas em atenção programada e na longa permanência, criando alternativas de instituições não-hospitalares para pacientes de longa permanência e dependência variável.

Lembrando que hoje se aceitam tempos de permanência de até 24h no SUS e existem apenas 1,4 leitos SUS por 1.000 habitantes, porem apenas 0,7 são realmente efetivos e utilizados, muito distante do que e’ necessário. A dificuldade de ter acesso a cuidados intermediários e intensivos – UCIs e UTIs – ficou escancarada com a COVID, mas e’ um problema histórico e que cobra muitas vidas a cada ano. 

As Bandeiras de ‘’4 x 4: 4 horas para atender e 4 leitos para cuidar’’, sintetizam a ideia de lutar por um tamanho de SUS suficiente para cuidar de toda a população em todas suas necessidades, fortemente orientada pela Atenção Básica segundo uma Estratégia Promocional da Qualidade de Vida e da Saúde.

Todas as dimensões e metas mobilizadoras da Campanha estão no folder anexo, fruto das 9 Conferencias Livres que organizamos em 2019, como contribuição da RBCE e seus parceiros para a XVI Conferencia Nacional de Saúde.

Como uma consequência desse processo estamos habilitando a ferramenta estratégica que significa o Observatório Nacional pelos Direitos Humanos na Atenção às Urgências e no Acesso Hospitalar.

A Campanha, o Observatório e o processo proposto para este XI Congresso e I Congresso de Politicas e Sistemas se articulam para:

1. discutir o acesso efetivo e acessibilidade nacional ao complexo da atenção básica como componente estratégico da atenção `as urgências, considerando as UPAs como parte deste complexo e também,

2. propor uma radical reorganização do acesso `a atenção especializada, tornando a iniciativa de uma Aliança Cidadã pelos Tempos de Espera e Permanência Clinicamente Aceitáveis no SUS e,

3. reivindicar e disputar o alcance de uma reforma hospitalar do SUS, mediante a constituição de redes hospitalares regionalizadas integradas `a atenção básica e organizada por linhas de atenção e de cuidados com metas de resultados para pessoas e populações.

4. Desta forma queremos resgatar a importância essencial dos Complexos de Regulação (incluindo a regulação SAMU) em diálogo com o Planejamento, Coordenação, Avaliação e Auditoria dos Sistemas Regionais e suas Redes e Linhas de Atenção, com um olhar estratégico sobre as insuficiências do Sistema e garantia do acesso qualificado e oportuno com resultados de comparabilidade mundial,

 5. Estabelecer a referencia fundamental da Gestão Clínica e do Governo Clínico centrado nas necessidades dos pacientes e seus familiares, com trabalho em equipes interprofissionais (convidando todas as áreas profissionais que atuam nas urgências e na atenção hospitalar) e cuidado com a sustentabilidade pública do Sistema, em constante diálogo com o controle social do sistema de saúde.

6. Desenvolver um grau elevado de transparência sobre o Sistema e compreensão dos problemas complexos que resultam e produzem as redes de atenção às urgências, de atenção especializada e hospitalar quando não são objeto integrado de análise qualificada e controle social. Para tanto propomos a criação de comissões permanentes ou comitês temáticos que tratem desses temas nos conselhos de saúde, nas entidades de gestores públicos e órgãos de controle, assim como nos conselhos e sindicatos profissionais e no poder legislativo.

7. Desenvolver como esforço estratégico a formação, habilitação e especialização dos profissionais que atuam nas urgências e nos ambientes de hospitalização em ambiente integrado com os profissionais de atenção básica e da atenção em pediatria, geriatria, pediatria e ginecologia – obstetrícia, como áreas fundamentais de gestão clínica e grandes organizadores da continuidade do cuidado.

8. No âmbito das universidades e centros de pesquisa propomos formar uma Rede Colaborativa Nacional e Internacional de Pesquisa Aplicada e Educação para a Transformação de Grandes Sistemas, abordando os temas sugeridos no Congresso desde o enfoque de Sistemas Complexos Adaptativos. 

Com o impacto do desastre de alta intensidade provocado pela Epidemia da COVID19, observamos a intensificação da sobrecarga dos serviços e, apesar de expansões de oferta de leitos de internação em enfermarias e UCIs / UTIs, se observou a desassistência de outras patologias e uma tendência a fechar as expansões de serviços assim que passe o pico epidêmico, o que não só nos parece desconhecer a insuficiência histórica da oferta como também ignora a possibilidade de novas ondas epidêmicas e a necessidade de manter capacidades de complacência no âmbito de uma proteção civil consistentemente estruturada.

Cabe destacar a visibilização da tremenda fragilidade das condições e proteções do trabalho em saúde, como expressão do desfinanciamento e negligência governamental em relação às necessidades em saúde.

Até o momento temos como propostas os seguintes eixos temáticos do Congresso, organizados por Blocos, com a ideia de que em todos os Blocos tenhamos participação da cidadania e do controle social:

Bloco I 

Abordagem Sistêmica dos Sistemas Regionais e suas Redes de Atenção às Urgências e de Acesso Hospitalar

1.Dimensionamento, Parametrização e Organização dos componentes das redes de atenção às urgências (envolvendo a atenção básica, a atenção móvel, a atenção especializada de subagudos e de agudos ambulatorial e em internação hospitalar e pós-hospitalar) na garantia dos direitos humanos durante e após a Pandemia, observadas as necessidades populacionais por linhas de atenção e de cuidados;

2.Controle e ajuste dos Tempos de Espera e Permanência na prevenção e manejo da superlotação dos serviços de urgências; constituição e coordenação das Filas e Tempos de Espera Clinicamente Adequados, observando necessidades sociais por linhas de atenção e de cuidados. Proposta de criação de uma Aliança Cidadã pelos Tempos de Espera e Permanência que protejam a Vida;

3.Sistemas Integrados de Planejamento, Gestão, Avaliação e Macro e Micro Regulação dos sistemas regionais e suas linhas de atenção e de cuidados – o enfoque de Sistemas Complexos Adaptativos nas Urgências e na Atenção Hospitalar – experiências internacionais e nacionais;

4. Governança de Sistemas e Redes – O papel dos Prestadores e sua relação com os Gestores Territoriais.

5. Modalidades e efetividade do controle social na Governança das Redes de Urgências e no Componente Hospitalar;

6. As Bases e desafios para uma Reforma Hospitalar do SUS na Era COVID.

Bloco II

7. Direitos Humanos e não discriminação: Gestão Clínica / Governo Clínico centrados nas necessidades de pacientes e familiares, com trabalho em equipes interprofissionais e cuidado com a sustentabilidade de um sistema com qualidade nos resultados assistenciais. Bioética aplicada nas Urgências;

8. Planejamento, formação, proteção, educação permanente, contratação, gestão e remuneração dos serviços e dos trabalhadores nos sistemas regionais, redes e serviços;

9. Direitos laborais dos trabalhadores em saúde e a definição de padrões de segurança e proteção dos ambientes de trabalho e dos trabalhadores;

Bloco III 

10. Estratégias de Promoção da Equidade em Qualidade de Vida e Saúde e as Cidades e Comunidades Protetoras da Vida como estratégias de enfrentamento dos agravos que geram as urgências.

11. Planos e Sistemas de Proteção Civil e manejo de situações desastrosas (como desproporção entre necessidades e ofertas) e de ameaças sociais, biológicas, radioativas e químicas.

Bloco IV 

12. Formas de planejamento e gestão participativos e controle social nas redes de atenção as urgências e acesso especializado e hospitalar. Sistemas cidadãos de informação e transparência como direitos de cidadania e dever do Estado.

13. Gestão do conhecimento – informação, educação, pesquisa, inovação e tradução de conhecimentos para a atenção às urgências e no acesso hospitalar (em sistemas complexos adaptativos).

Contamos com sua adesão como entidade que convoca o Congresso e portanto participa das definições da agenda politica e do programa propostos.

Aguardamos sua pronta resposta. 

Agradecemos sua atenção. 

Inscrição: 

https://forms.gle/4ukPvNrarLsHbFTu5

Facebook:

https://www.facebook.com/RBCE4x4/

Youtube:

https://www.youtube.com/channel/UCPAJAAVzvReXxNxGqfB0R5w

Dr. Armando De Negri Filho, MD PhD 

Coordenador Geral da RBCE 2020 – 2022 

armandodenegri@yahoo.com 

+55 51 999960562

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